Chá com design: Sérgio Rodrigues

o designer de mobiliário que marcou o modernismo no Brasil.

Um livro dedicado para ele, Sérgio Rodrigues, o designer de mobiliário brasileiro extensamente conhecido e renomado nacional e internacionalmente. O livro não é só texto, nem só imagens. É leve e inspirador. Ele conta e mostra um pouco de tudo, do começo de sua história, seu processo criativo, seus desafios, seus croquis, suas peças incríveis e seu amor pela madeira.

Ao ler, me encantou descobrir tantos detalhes de seu trabalho e colaborações durante a carreira. Formado no início da década de 50, iniciou o desenho de mobiliário em seguida. Em uma fase em que o Brasil estava recebendo influências externas com grande força, ao momento cabia a chegada de materiais mais modernos e de métodos de produção mais acelerados. Era a era do modernismo iniciando seu processo no país, com a área do design cada vez mais industrializada e a procura pelos lançamentos vindo de fora e também de peças rápidas e práticas para exportação. Mas Sérgio foi independente, irreverente. Ele, apesar de tentar facilitar a produção de suas criações e se adequar as demandas da época, não abriu mão do uso do único material que o agradava: a madeira maciça; da prioridade maior de seu trabalho: o conforto;  da mão de obra especializada: artesanal e pessoal; e da produção mais lenta, em um processo de cuidado e carinho.

Para o desenvolvimento de seus móveis, em grande maioria cadeiras e poltronas, imaginava primeiramente um personagem a utilizando. A caricatura do sujeito, aconchegado e seguro, sentado em suas peças, o fazia ter certeza do caminho certo. Tanto que, em 1957, uma de suas criações, a poltrona Mole foi criada e um dia eleita a poltrona mais confortável do mundo -por mim. Ela, a Mole, e outros designs de Sérgio Rodrigues estão em curadorias de diversos cantos do mundo, além de ter ganhado muitos prêmios e exposições ao longo do tempo.

Foi um longo caminho, até seu falecimento em 2014 aos 87 anos, driblou “modas” e insistiu em características únicas e totalmente inusitadas para a época em que começou. São detalhes de encaixes da madeira, de acabamentos arredondados, curvas e o uso de couro que fazem de cada peça uma surpresa e uma beleza. Beleza que até hoje mais do que nunca, são relíquias.

Sua arte continua sendo produzida e consumida em grande escala, ter uma Sérgio Rodrigues em casa é o sonho de qualquer designer, arquiteto e amante de bom design e de mobiliário de qualidade. E esse foi o maior legado deixado, o reconhecimento pelo olhar apurado, pelo método artesanal e pela valorização da matéria prima.

Poltrona Kilin

Poltrona Vivi

Poltrona Diz

Poltrona Mole

Poltrona Tonico

Poltrona Chifruda